sábado, 29 de maio de 2010

Comentarios do forum dos textos do dia 08/05

No último dia 08 de maio estivemos mais uma vez reunidos na UFC, onde foram debatidos quatros textos em plenária, os textos foram:

1 - Terra, trabalho e pão;
2 - A cidade que devora;
3 - África mãe-preta;
4 - Todo dia é dia de índio.

Ambos com a temática muito interessante: o respeito a diversidade e o combate as desigualdades. Em plenária renderam debates interessantes que ampliaram bastante o conhecimento de todos.

Na semana anterior nossa turma realizou uma atividade no ambiente SOCRATES, um fórum com a seguinte indagação:
Como “pensar” os desafios do pensamento complexo de Edgar Morin (2002) associados a educação e o trabalho docente se tomarmos a sala de aula como espaço de multirrefencialidade e do multiculturalismo. Como articular uma ação pedagógica inovadora num local (sala de aula) instável em que predomina normas de regulamentação do Estado e um currículo oficial, mas, também, incertezas, conflitos de valores, singularidades, crenças, paixões, saberes diversificados, identidades, etc.
Nossa célula teceu os seguintes comentários:
Comentário do Jonatã:


Edgar Morin inicia seu texto mencionando a visão científica do conhecimento no séc. XIX, onde o enfoque eram pensamentos (hoje questionados principalmente no que diz respeito a pratica docente) e atitudes voltados para a repetição, para separação, para a redução e por fim um pensamento voltado para o dedutivo – indutivo. Segundo Morin “[... a vida aparece na Terra em condições de tumulto e turbulência ..]” fazendo referencia ao primeiro dos quatros princípios que regia o conhecimento clássico do século XIX, principio que fala da ordem ou determinismo em que acontece o conhecimento, hoje sabemos que não necessariamente é preciso haver um determinismo para que haja aprendizagem, segundo Bárbara Cristina M.Sicardi em seu texto “A ação docente dentro da instituição escolar sob a ótica da multirreferencialidade” [... na prática docente atuam ... todos os dias contradições possíveis e impossíveis de ultrapassar.]”, Os dois texto tem uma certa concordância no que diz respeito a complexidade, vejamos a prática docente, jamais os jovens que escolhem cursar pedagogia saíram dos bancos de faculdade tendo a fórmula mágica para solucionar todos as dificuldades que surgem no cotidiano de uma sala de aula, jamais! Mas segundo o texto “Educação: uma política para a construção da cidadania” que destaca: “[..em qualquer forma de convivência humana, dentro ou fora da escola, a educação estará presente, permeando as relações sociais e propiciando diferentes situações de aprendizagem.]” é no dia-a-dia que se contrói o conhecimento, em meio a toda turbulência e contradições. Novamente Bárbara C. M. Sicarde reforça essa ideia ao citar [... cada professor está designado a reconstruir no dia-adia, de maneira mais ou menos intuitiva, uma política de educação, uma ética de relação. Não podemos mais pensar uma educação fragmentada e sem compreensão no jurássico decoreba, onde por exemplo a criança na fase alfabética aprende com destreza o alfabeto, mas ao alterarmos a sequência das letras, aquilo que era conhecido torna-se algo totalmente desconhecido para ela, temos que pensar em um conhecimento contextualizado, algo significativo para o educando. Isso com certeza acarreta um enorme grau de complexidade, que o educador e formador de cidadãos pensantes vem com seu jogo de cintura desenvolvendo a cada dia.

Comentário de Mirta:

O texto de Edgar Morin nos diz que os “desafios da complexidade encontra-se por toda parte... se quisermos um conhecimento pertinente, precisamos reunir, contextualizar, globalizar nossas informações e nossos saberes.” Procuramos assim a organização dos saberes necessários à nossa função de educar para a vida, a partir de nossas reflexões, de nossa visão de futuro,nossa postura como educador e nos ocuparmos com a prática de uma educação que forma sujeitos autónomos , que saibam se posicionar diante de situações críticas do mundo, pessoas que aprendam a conviver com a solidariedade, respeitando as diferenças entre pessoas, sejam de sexo, religião,etnias ou cultural. È sabido que o sistema Educacional passa por problemas, e está inserido aqui a escola, o educador e o educando; a escola não está imune aos problemas da sociedade, deixando de ser muitas vezes um espaço de diálogo, de confronto de ideias,de cruzamento de valores. O educador muitas vezes despreparado... Sabemos que a prática do professor não consiste em receitas prontas, fórmulas, modelos, é também dirigida por hábitos, pensamentos, decisões que dão suporte ao que ele faz em sala. O currículo também é inadequado porque ele limita saberes e o nosso aluno precisa ser trabalhado para ter autonomia sobre o que ele aprende e o que vai levar para sua vida cotidiana. Pensar na escola como espaço multirreferencial e multicultural é assumir uma postura de superação que não dá pra deduzir devido as diversidades de cultura,credos,etc...faz-se necessário uma metodologia para que o docente tenha êxito em sua prática pedagógica. È preciso em algumas ocasiões, “opor-nos” ao sistema e a todo um processo pedagógico e fazermos muitos questionamentos em nome da educação e de muitos jovens excluídos , que não tiveram o direito de refletir por conta de práticas erróneas.

Comentário de Mª Elaine:


Raciocinar sobre a dinâmica de uma sala de aula refletindo sobre uma lógica de um pensamento complexo a realidade de cada educando, é conduzir que o momento da aula esteja direcionado a construção e apropriação coletiva do conhecimento, bem como as práticas voltadas a democratização do saber. Para compreendermos a sala de aula temos que ter um olhar contextualizado dos alunos inseridos na mesma, ou seja, uma complexidade antes, durante e depois da aula, pois somos um todo que aprende de diversas maneiras e esse é o desafio da complexidade, como diz Morim (1998) “ ... Se quisermos um conhecimento pertinente, precisamos reunir, centralizar, globalizar nossas informações e nossos saberes, buscar, portanto um conhecimento complexo”. Uma ação pedagógica inovadora requer rompermos com algumas normas e postas pelo sistema, priorizando a uma nova prática educativa, respeitando as diferenças de cada um em todos os aspectos. Segundo MOTA (2007) ao explicar a educação na dimensão multicultural “...pensar, hoje, a educação sob essa nova perspectiva implica em levar em conta diversos setores e camadas sociais que por muito tempo foram excluídas da cidadania plena ou social, como índios, homossexuais, o homem do campo, deficientes.” Porém os conhecimentos , valores e expectativas possam estar interligados a uma prática pedagógica cotidiana de sala de aula de forma mais dialógica e interativa co a realidade dos alunos.

Comentário de Ney:

De acordo com Edgar Morin,"Mas,se quisermos um conhecimento pertinente,precisamos unir,contextualizar,globalizar nossas informações e nossos saberes,buscar,portanto um conhecimento complexo",(pag.566).Portanto se queremos formar um ser crítico-social,sabedor de seus deveres e direitos,estando atento as informações que nos cercam para avaliar,refletir e utilizar para o seu crescimento pro ficional e espiritual,é necessário que façamos essa junção de saberes da qual nossos alunos possui,para que assim possa acontecer a troca de experiencias e vivências nas salas de aulas,nos corredores e lugares da escola.Mas é necessário saber de que o professor só,torna-se dificío a missão de atingir esse objetivo, é preciso que a familia se faça presente na vida escolar de seus filhos(nossos alunos).

Comentário de Gilvan:

Devemos considerar que segundo Edgar Morin a complexidade gera uma desordem que no qual a mesma gera a ordem, ou seja, pois fundamentada na ciência em particular nos princípios científicos, como por exemplo: primeiramente surgem o núcleo, depois os átomos e as galáxias que paradoxalmente, o mundo se organiza ao mesmo tempo. ( pág 561) Por tanto relacionando com a nossa prática docente, a sala de aula em primeira vista está totalmente complexa, onde estão presente vários tipos de comportamento no qual a diversidade é bem visível, porém é partir dessa complexidade que origina aprendizagem do ser humano. Em toda essa diversidade está contida o princípio do desenvolvimento humano, mas para que isso aconteça o professor ou o mediador precisa interpretar sensibilizar para absorver e transmitir toda essa riqueza para moldar ou melhor construir e ao mesmo tempo e valorizar o ser humano. Por tanto recapitulando a ciência e relacionando a mesma com a complexidade, aprendemos que a vida apareceu na terra em condições de tumulto, turbulência, tempestade e que, se é certo que foi às condições perfeitas para o surgimento da vida no planeta terra. Por tanto para desenvolver uma ação pedagógica inovadora, com grandes contrastes sociais existentes, temos que contemplarem todos esses contrastes como complexo, segundo Edgar Morin, ou seja, todos esses contrastes são elementos essenciais e fundamentais para criar ou formular e se chegar a uma boa aprendizagem. Então nesse sentido, podemos considerar que a formação de professores é fundamental para possibilitar a reflexão e a tomada de consciência das limitações sociais, culturais e ideológicas contextualizando com a complexidade do cotidiano do educando. Porem ao partimos do princípio de que a educação não expressa apenas um projeto científico ou racional, mas um caráter plural da ação educativa. Enfim estabelecendo um relacionamento que estimula o dialogo, extrapolando as dimensões disciplinares instituídas e chegando ao objetivo fundamental que é aprendizagem do educando.